quinta-feira, 4 de julho de 2013

Quem é a figura descrita em Ezequiel 28? O rei sacerdote de tiro? Um anjo caído? (Uma analise de Ezequiel 28 através do contexto imediato e histórico.)

Quem é a figura descrita em Ezequiel 28? O rei sacerdote de tiro? Um anjo caído? (Uma analise de Ezequiel 28 através do contexto imediato e histórico)

             O propósito deste texto é discutir quem realmente é a figura descrita em Ezequiel 28. A ideia popular é que na verdade esse texto faz uma descrição de lúcifer, satanás, o anjo que queria assumir o lugar Deus e torna-se semelhante a ele.  Na verdade essa é uma ideia institucional, ou seja, boa parte das igrejas evangélicas, principalmente as da linha pentecostal, acredita de forma inquestionável que esse texto fala de lúcifer. Porém uma análise no contexto imediato do texto de Ezequiel, principalmente nos três capítulos que antecedem o 28 e os dois capítulos posteriores, revela outra ideia. Sobre esse tipo de interpretação que as linhas teológicas impõem adverte Henry A. Virkler em seu famoso livro Hermenêutica avançada:

"Há um grande perigo, uma vez que tenhamos aderido a determinada escola de pensamento, ou adotado certo sistema de teologia, de ler a BÍBLIA à luz dessa escola ou sistema e encontrar seus característicos distintivos naquilo que lemos."

         O que Virkler que dizer é que somos muitas vezes induzidos a ver determinadas coisas e entender de determinada maneira certas passagens bíblicas por que estamos dentro de uma corrente de pensamento. Essa corrente teológica nos influencia de tal forma que inconscientemente entendemos certas passagens bíblicas de uma maneira tendenciosa. Mesmo sendo nossa corrente teológica muito respeitada e altamente difundida. A interpretação  de um texto Bíblico deve ser em função do contexto imediato, dentro da própria bíblia, e no contexto histórico. Devemos ter cuidado com certas interpretações prontas tipo “lata de sardinha” que oferece uma solução rápida e imediata do texto, ainda que seja popular.

         A construção do pensamento daqueles que acreditam que o texto fala de lúcifer é simples. Esse entendimento surge especificamente em três descrições encontradas no texto são elas:

(I) Estiveste no Éden, jardim de Deus...
(II) Tu eras o querubim, ungido para proteger...
(III) no monte santo de Deus estavas...

          O primeiro argumento diz que o rei humano de tiro Jamais esteve no Jardim do éden descrito livro de gênesis e onde o primeiro homem habitou. só um ser poderia ter estado lá: Lúcifer. Na verdade o termo éden ou jardim de Deus não é uma exclusividade desse texto. Dentro do livro de Ezequiel essa expressão aparece outras vezes:

“Formoso o fiz com a multidão dos seus ramos; e todas as árvores do Éden, que estavam no jardim de Deus, tiveram inveja dele”. Ezequiel 31:9

“Ao som da sua queda fiz tremer as nações, quando o fiz descer ao inferno, com os que descem à cova; e todas as árvores do Éden, a flor e o melhor do Líbano, todas as árvores que bebem águas, se consolavam nas partes mais baixas da terra.” Ezequiel 31:16

“Os cedros, no jardim de Deus, não o podiam obscurecer; as faias não igualavam os seus ramos, e os castanheiros não eram como os seus renovos; nenhuma árvore no jardim de Deus se assemelhou a ele na sua formosura.” Ezequiel 31:8

           Os três textos acima fazem referencia a faraó rei do Egito. Se assumirmos que o texto de Ezequiel 28 faz referencia a satanás, baseados simplesmente no termo éden,  devemos fazer o mesmo aqui. Porém esse texto, de Ezequiel 31, claramente faz referencia a Faraó. Na verdade a expressão éden é usada aqui como um jardim de nações. Éden aqui dever ser entendido na tradução literal de seu significado: Delicia ou prazer. Jardim do éden é equivalente a Jardim de delicia ou prazer. Na verdade faz referencia a prosperidade daquelas nações que experimentariam o castigo que Deus traria através da Babilônia. Faça uma leitura completa do capitulo 31 de Ezequiel  e você vai entender o que queremos dizer. Jardim do éden em Ezequiel não tem o mesmo significado de éden em Genesis. Éden em gênesis faz referencia a um jardim literal, em Ezequiel o sentido da palavra é figurado. Em Ezequiel, “o jardim do éden” são todas as nações prosperas que constituíam figuradamente um jardim de árvores de cedro que seriam derrubadas pela irá de Deus. Deus, o supremo soberano de toda terra, tinha o domínio e controle desse jardim de poderosas árvores de cedro, ou seja, as nações pagãs e desviadas de sua vontade. O reino de Tiro era uma dessas “arvores nações” do jardim de Deus, ou seja, sob o controle de Deus. Logo o rei humano de tiro estava sim no éden, o jardim de Deus, Ou jardim de nações sob o controle soberano de Deus.

          Quanto as expressões “querubim ungido” e  “monte santo de Deus”, observe o argumento: Era muito comum entre os cananeus, povos que rodeavam o Israel bíblico a figura do “rei sacerdote”. Melquisedeque  contemporâneo de Abraão, séculos antes do fatos citados em Ezequiel, é um exemplo claro (Gn 14.18):

“...E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo...”

        Os reis pagãos eram considerados figuras representativas diretas dos seus deuses. Sendo em muitos casos considerados deuses também. Etbaal, rei sidonico que faz aliança com acabe, entregando sua filha Jezabel como símbolo da aliança, é um exemplo claro de um rei sacerdote. Assim Flávio Josefo  descreve em seu livro a historia dos hebreus.

 “. Acabe, rei de Israel, estabeleceu residência em Samaria e reinou vinte e dois anos. Em vez de mudar as abomináveis instituições feitas pelos reis seus predecessores, inventou ainda outras, tanto se comprazia em superá-los na impiedade, particularmente a Jeroboão, porque adorou, como ele, bezerros de ouro que havia mandado fazer e acrescentou outros crimes a esse. Desposou Jezabel, filha de Etbaal, rei dos tírios e dos sidônios, e tornou-se idolatra, adorando falsos deuses. Jamais mulher alguma foi mais ousada e insolente. Tão horrível era a sua impiedade que ela não se envergonhou de edificar um templo a Baal, deus dos tírios, de plantar madeiras de todas as espécies e de estabelecer falsos profetas para prestar um culto sacrílego a essa falsa divindade. Como Acabe sobrepujava a todos os seus predecessores em maldade, ele tinha prazer em manter sempre essa espécie de gente junto de si.”
(a historia dos hebreus, Flavio Joséfo)

            Assim o rei de tiro descrito em Ezequiel segue a longa tradição dos reis pagãos que ao mesmo tempo eram reis e sacerdotes das falsas divindades. No caso do rei de tiro contemporâneo de Ezequiel, ele considerava-se um deus.

            Uma nota da bíblia king James atualizada diz acerca do texto de Ezequiel 28:

“o rei tirano é descrito como um sacerdote majestoso. Plenamente vestido a rigor e adornado a fim de guardar o lugar santo de Deus. As nove pedras estão entre as doze usadas pelo sacerdote levita tradicional (V15, Ex 28.17-20 com Gn 5.2)”
 Bíblia King James atualizada, pág 1542.

Textos antigos descobertos pela a arqueologia no fim do século XIX revelam como era comum essa tradição de reis sacerdotes, que tinham seu poder monárquico apoiado no fator religioso e místico. Um dos texto mais conhecidos é a inscrição real de Lugalzagesi ( 2296 - 2271 A.C.). Veja o que diz essa inscrição:

Lugalzaggesi: rei de UruK.
Rei do país,
Sacerdote purificador do deus An (deus de Uruk),
Profeta de Nidaba (deusa pessoal do rei),
Bem visto por An (deus de Uruk),
Grande governante de Enlil (deus patrono da cidade de Eridu),
Dotado de grande inteligência por Enki (deus patrono de Eridu),
Eleito de Utu (deus solar da cidade de Larsa),
Grande ministro de sin (deusa lunar de Larsa),
General supremo de Utu (deus solar),
Cuidador Inanna (deusa da justiça acadiana)
(...)
Do amanhecer ao poente, Enlil eliminou o medo.
Todos os países viverão em paz e se alegrarão.
Todas as dinastias de Sumer e os governantes de todos os países se prostrarão em Uruk ante a sua suprema lei.
(Inscrição real de Lugalzaggesi)

(História antigua del próximo oriente: mesopotamya e Egipto, pág. 136, Joaquin sanmártin, editora akal)

Sobre o rei Lugalzaggesi veja https://pt.wikipedia.org/wiki/Lugalzagesi


Observe os títulos atribuídos ao rei Lugalzaggesi e compare com os títulos atribuídos ao rei de Tiro e perceba as semelhanças. 

               Assim podemos entender claramente as expressões “querubim escolhido” e “monte santo de Deus”. Como caricaturas de um sacerdote levita e de Sião o verdadeiro monte santo. Apesar de suas vestes muito elegantes, não passava de um falso sacerdote. Assim ironicamente ele é considerado “como estando no monte santo de Deus” e “um querubim protetor” (referencia as imagens dos dois querubins que estavam diante da arca de Deus).

             Há ainda um argumento que faz uma dicotomia entre o inicio do capitulo 28 que se refere ao “príncipe de tiro” e a partir do versículo 12 a lamentação agora é dirigida ao “rei de tiro”. Dizem que “o príncipe de tiro” é o rei humano e o “rei de tiro” é o rei espiritual, satanás. Porém percebemos que a primeira lamentação faz referencia ao rei humano de tiro em seu aspecto de monarca e a segunda lamentação faz referencia ao rei humano de tiro em  seu aspecto de sacerdote.

Em seu Manual popular de duvidas, enigmas e contradições da bíblia escreve Norman Geisler:

         “Os eruditos evangélicos têm sustentado diferentes posições com relação à identidade do príncipe de Tiro. Alguns consideram que a linguagem do capítulo 28 é altamente poética, com figuras de expressão que têm o propósito de enfatizar a arrogância do príncipe de Tiro. Esses comentaristas entendem que se trata de um príncipe humano, embora haja divergências quanto a quem seja exatamente tal pessoa. Alguns o identificam como tendo sido Ethbaal III, que reinou de cerca de 591 a 572 a.C. Outros o identificam como Ithobal II, que pode ter sido a mesma pessoa, com um nome diferente.
Alguns comentaristas propõem que a linguagem empregada não pode ser aplicada a nenhuma pessoa especificamente, mas que há uma personificação da própria cidade. O "rei" serviria assim como um símbolo do governo e do povo como um todo.
            Outros comentaristas argumentam que os versículos de 1 a 10 referem-se a um príncipe humano, mas que os versículos de 11 a 19 referem-se a Satanás. Os que defendem esta posição apontam para a mudança de referência de "príncipe (nagid) de Tiro", do versículo 2, para "rei de Tiro" (nielek), no versículo 12. Esta mudança, de príncipe para rei, considerada em conjunto com certas afirmações, tais como "estavas no Éden" (v. 13), "tu eras querubim da guarda ungido" (v.14), e "perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado" (v. 15), podem indicar que esta seção seja sobre Satanás. Não sendo assim, outros entendem tais frases como simples referências hiperbólicas (a expressão de um exagero como figura para enfatizar algo) aplicáveis ao príncipe humano e ao rei.
Todos os comentaristas conservadores concordam, entretanto, que o capítulo 28 é uma profecia contra a cidade de Tiro e seu governante, não importando quem tenha sido ele. Este exaltara-se acima de Deus e merecia o juízo que o Senhor lhe traria. Embora a identidade desse príncipe e rei seja uma questão controvertida, a aplicação desta passagem estende-se a todos os que se exaltam em orgulho e arrogância contra Deus, não importando se são reis, demônios ou pessoas comuns. E, é claro, Satanás é o caso de maior destaque entre todas essas orgulhosas criaturas.”
(Manual popular de duvidas enigmas e contradições da bíblia, Norman Geisler e Thomas Howe, editora mundo cristão, pág 295 e 296)

             Concordamos com a conclusão de Geisler que o quê deve ser observado nesse texto, acima de qualquer discursão, é o pecado do orgulho e da prepotencia que são condenados pelo senhor nesse texto. Porém não aceitamos a ideia pré-fabricada de que esse texto se refere ao rei espiritual de tiro, Satanás, por apenas conter, como diz Geisler, expressões hiperbólicas. Na verdade figuras de linguagem acerca do rei humano, não espiritual, mas literal de tiro, que  era orgulhoso,  prepotente e exibido, e a partir de sua arrogância pode ser comparado com satanás, por compartilhar do mesmo pensamento soberbo. Assim o texto faz referencia direta ao rei sacerdote de tiro e por extensão da ideia, por via de comparação, a satanás.

          

19 comentários:

  1. Há também um grande perigo quando desespiritualisamos profecias e interpretamos apenas num contexto histórico e parafraseal...será que o Espírito Santo não nos teria advertido a pararmos de interpreta-lá de tal forma?
    Fato é que independente de qualquer detalhe dos textos citados,Satanás se rebelou contra Deus e punido foi por isso é não precisamente seria necessário os textos citados para entender isso.
    Importante mesmo é usarmos a coerência para tratar de biblia através tanto das composições dos textos mas também lembrando que os que a escreveram não estavam preocupados com a hermeneutica nem com a exegese ou qualquer forma de interpretação textual mas muitas vezes as profecias tinham dupla função ou polifunções de entendimento.
    Não podemos descartar nada e sim tentar uma síntese a luz do Espírito Santo se é que temos a intenção disso ou simplismente queremos desaprovar algo.

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    1. Concordo com você, FAbio Lisboa

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    2. https://www.clubedeautores.com.br/book/199436--A__Grande_Mentira#.Wz7PTPZFyUk

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    3. Satanás nunca foi e nem nunca será nem sombra de ser Lúcifer, embora ele esteja gostando que os homens o chamem assim.
      Quero relatar que as traduções de Isaias 14:12, colocadas nas Bíblias atuais estão completamente erradas.
      12 como foi que caíste dos céus, ó estrela da manha, filho d’alva, da alvorada? Como foste atirado à terra, tu que derribavas todas as nações?
      Estrela da manhã: no original הילל בן שחר “Heilel Ben – Shahar”.
      No original está escrito heilel ben-shahar, que significa : O portador da Luz, ou estrela da manhã, o planeta Vênus, e após a tradução da chamada Bíblia em latim, a Vulgata: Lúcifer.
      Qual tradução seria a correta?
      O portador da Luz –> é muito bonita, mas não condiz com o que é o nome originalmente, por que o planeta vênus não é portador da luz.
      Estrela da manhã -> é a tradução mais usada, mas é o nome dado ao planeta vénus.
      No Latim, Luci Ferre ,Lúcifer -> Que traduzido é ( o portador da luz) por causa do erro teológico, foi meio banalizada, e não condiz com o astro em questão, que não tem luz própria e apenas reflete a luz do sol, como qualquer outro planeta ou lua, asteroide e etc..
      O planeta Vênus – nos dias de hoje é finalmente é a tradução correta.
      os achados arqueológicos mostram claramente que Shahar, éra uma divindade Cananeia, que era personalizado pelo planeta Vênus.

      Shahar (שחר): Seu nome significa “amanhecer” ou “alvorada”, esta divindade é uma personificação feita pelos canaanitas deste fenômeno da natureza. Em Ugarit, na Síria onde foram encontrados vários escritos sobre a religião dos cananeus, Shahar (Alvorada) era irmão gêmeo do deus Shalim (crepúsculo), ambos filhos de El. Os dois deuses eram representados pelo planeta Vênus.
      Na bíblia a palavra “shahar” é empregada literalmente como “alvorada”. Alguns eruditos bíblicos afiram que os versos de Isaías 14:12 remontam a tradição antiga do deus canaanita
      Não se pode esconder a verdade mais, pois os achados arqueológicos são datados com carbono.
      Imagem de cilindro Sírio-Hitita representando os dois deuses Shahar (alvorada) e Shalim (crepúsculo):
      Mas está muito claro que o planeta Vênus não tem luz própria, como a terra e a lua, apenas reflete a luz que vem do sol.
      Concluindo.
      Apesar de ser chamado por todos nós como, a estrela da manhã, nunca foi e nunca será uma estrela.
      Interpretação errada e mentirosa.
      Segundo o bispo Agostinho: Como caíste do céu ó satanás, ( imaginário anjo Lúcifer) filho da alva, da alvorada.
      Santo Agostinho se apropriou desse versículo para fazer a associação do termo estrela da manhã ao inimigo das nossas almas a saber (Satanás).
      Provavelmente quando analisou o termo estrela, pensou que poderia interpretar conforme está escrito no livro do apocalipse capitulo 1 versículo 20.
      A conclusão de Agostinho: Estrela é igual anjo.
      Fez isso por que queria prejudicar o Bispo Lucifer de Cagliari, bispo da Sardenha.
      Apocalipse1:20 Eis o mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete candeeiros de ouro: as estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas.
      Comentario.
      Jesus já esclareceu o mistério literalmente, dizendo claramente que as estrelas eram os anjos das igrejas, ou mensageiros de Deus nas igrejas, pastores, homens que estavam na direção das igrejas.
      Note bem que um assunto não tem nenhuma ligação com o outro, o contexto é outro, mas se você usar a Bíblia fazendo essas associações você pode criar uma serie de livros hereges.

      A Grande Mentira
      https://www.clubedeautores.com.br/book/199436--A__Grande_Mentira#.Wxs_3EiUuUk

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    4. O satanás que se rebelou contra Deus não foi um espírito maligno foi um
      homem pois satanás demônio capeta são apenas adjetivos

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  2. É preciso definir muito bem o que se quer dizer com “desespiritualizar a profecia”. Desespiritualizar, por acaso, seria lançar fora o vínculo histórico imediato que motivou e internacionalizou a profecia? Seria lançar fora um contexto maior e literário que define a profecia como um Gênero? Seria lançar fora uso da razão ao entender uma profecia? Acredito que isso não seja desespiritualizar uma profecia, Mas entenda-la exatamente como é historicamente e como uma literatura. Acredito que a expressão “desespiritualizar a profecia” seja uma referência ao texto abaixo:

    Temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações.
    Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.
    2 Pedro 1:19-21

    A profecia é em essência produzida pelo Espirito Santo. Mas isso não significa que ela é desprovida de um contexto motivador. Discordo também quando é afirmado que os profetas não estavam preocupados com exegese e hermenêutica. Os profetas queriam fazer-se entendidos, Se não fosse assim não faria sentido profetizar. Mas isso claro dentro de suas conversões sociais e tradições de escrita. O profeta com certeza deve ter exigido o uso da razão por parte de seu público alvo e imediato, que não somos nós, diga-se de passagem. Daí eu entender que a Espiritualidade de uma profecia reside no fato de ela poder nos alcançar, em nosso contexto, pela mediação do Espirito Santo e sua cristocidade, como sugere Pedro, não pela a aceitação cega e irracional. Nem tão pouco por simples e pura imposição comunitária. Embora Eu acredite que exegese se faça em comunidade. Quanto a Is 53, podemos fazer a mesma analise que fizemos em Ez 28, Vinculá-la a um contexto histórico imediato e literário. Porém devemos levar em conta um fator não há em Ez 28: citações e interpretações apostólicas no novo testamento. Assim a interpretação das profecias do A.T. devem passar pelo crivo do novo Testamento. A profecia de Is 53 é citada pelo menos 4 vezes no N.T. (João 12:38; Atos 8:32-33;1 Pedro 2:23-25; Lucas 22:37). O Mesmo não podemos dizer de Ez 28. Logo seria um erro de exegese retórica comparar duas profecias que não tem o mesmo peso Neotestamentário.

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    1. Temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações.
      Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.
      2 Pedro 1:19-21

      Após a vulgata o seu texto no latim ficou assim traduzido.

      Habemus firmiorem propheticum sermonem, cui bene facitis attendentes quasi lucernae lucenti in caliginoso loco, donec dies elucescat, et lucifer oriatur in cordibus vestris.
      Hoc primum intelligentes quod scripturae propria interpretatione nullamque rerum praedictionem. Quia a voluntate humana allata est aliquando prophetia: sed Spiritu Sancto inspirati locuti sunt sancti Dei homines per spiritus sanctus.
      I Petri II, 19-21

      Satanaz nunca foi anjo, ele é um demônio, e nunca foi Lucifer

      Só existe um portador da Luz - Jesus.

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  3. Simplesmente meu caro, pq não é do Jesus que vc conhece que a profecia de Isaías 53 fala. Aquele Jesus, ainda se espera chegar. Pergunta para os descendentes ou conterrâneos do escritor do livro.

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  4. Satanás e diabo são nomes: da criatura dragão a antiga serpente.
    Satanás nunca foi um anjo.

    E se alguém achar o nome diabo, satanás, serpente, dragão em Ezequiel 28, ganha um doce.
    essa é a maior mentira já inventada, no século IV logo após a tradução da vulgata latina, onde surgiu a tradução Lucifer em Isaias 14:12.

    E então foi criada a lenda da rebelião de anjos para associar o nome Lucifer a Satanás.
    Os pais da igreja católica fizeram isso para prejudicar o bispo Lucifer de Cagliari. Bispo da Sardenha.
    E a mentira ficou até hoje , e é pregada nas igrejas como verdade.
    Heresia.

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  5. Jesus não mencionou nada em relação a essa lambança teológica, por que isso foi inventado no século IV, e veio a corromper a mente de muita gente, durante muito tempo, se tornando a mentira mais ensinada como verdade absoluta em muitos lugares.
    Provavelmente quase toda população mundial acredita que isso seja verdade.
    Mas agora temos informação on line e está muito claro.
    Isso é mentira.
    Mateus 11: 22 Contudo, eu vos digo que para Tiro e Sidom haverá menos rigor, no dia do juízo, do que para vós.
    Interpretação errada de quem acredita na lenda.
    Para os que ensinam que o querubim era satanás.
    Contudo: Jesus está concluindo que no dia do juízo haverá mais rigor para os Israelitas do que para, Tiro.
    Segundo aqueles que ensinam que o rei de Tiro era satanás? Supostamente Jesus estava dizendo que haverá mais rigor para os Israelitas do que para o Satanás, no dia do juízo.
    Comentário.
    Note bem como se torna uma colcha de retalhos uma mentira contada e sustentada por muito tempo, a ponto de não haver um versículo se quer que dê sustentação a toda essa lenda.
    Mesmo sabendo que o inimigo de nossas almas existe e está no mundo como um rei, e também é maligno e muito terrível, nunca devemos dar a ele um status que ele nunca mereceu. Pois isso é uma mentira.
    Ele nunca foi e nem nunca será querubim.
    Mateus 11: 22 Contudo, eu vos digo que para Tiro e Sidom haverá menos rigor, no dia do juízo, do que para vós.
    A única e correta interpretação de Ezequiel 28.
    Contudo Jesus conclui com sabedoria Divina e verdade absoluta dizendo:
    Haverá menos rigor para o rei de Tiro e todo povo do seu reino, no dia do juízo, do que para os Israelitas.
    E por quê?
    Por que o rei Hirão e todo povo daquela época, não viu os milagres que Jesus fez Corazin e Betsaida.
    Mas segundo Jesus, se tivessem visto os sinais, teriam se convertido.
    Jesus nunca mencionou nada a respeito dessa lenda, por que ela foi inventada no século IV, depois de Cristo.
    Concluindo.
    Essa mentira foi inventada cerca de trezentos e cinquenta anos depois de Cristo.

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  6. DE ONDE VEIO O DIABO? QUEM O CRIOU? E PORQUÊ?

    Deus criou o diabo. Isaías 54:16 "Eis que eu criei o ferreiro, que assopra as brasas no fogo, e que produz a ferramenta para a sua obra; também criei o assolador, para destruir".

    O leitor perguntará: Porquê se criou um ser tão mal? Simplesmente foi criado para o aperfeiçoamento dos santos; foi criado para estar a serviço de Deus. Como a serviço de Deus? nós só sabemos se estamos libertados de nossos vícios, da vaidade, da prostituição, da iniquidade, quando somos tentados, ou provados pelo diabo. O diado prova nossa fé e nossa fé prova-nos que somos convertidos a Jesus e estamos libertos de todos os males.

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  7. O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor;
    Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados;
    O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação;
    Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele.
    E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.

    Colossenses 1:13-17

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  8. Graças paz meus irmãos, nada contra as teologia e aos estudiosos, mas me parece que fizeram uma bagunça com nossa Bíblia, é muitas interpretações superficial que nem de longe bate com ele, mas com diz... De tanto dizer que uma mentira e verdade a mesma se torna verdade, porque não comparar as coisas Espiritual com a Espiritual,seria muito melhor e não teria esse confusão toda... Tudo é Graça.

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  9. Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo , homens ímpios , que convertem em dissolução a graça de Deus, único dominador e senhor nosso, jesus Cristo. Leia toda carta de judas que você, os anjos caídos e o diabo estão lá.

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  10. Leia a carta de judas que vc , os anjos caídos , e o diabo estão lá.

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  11. Tem gente que adora um demônio tem que ter se não não está certo aonde já se viu isso se Deus criou não saberia que iria se rebelar? Ou Deus foi pego de surpresa ?

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